Características como flexibilidade e posicionamento social da empresa são exemplos de critérios considerados pelos colaboradores. Saiba mais!
Entre as inúmeras mudanças que a pandemia de Covid-19 proporcionou à sociedade, as alterações no universo profissional foram algumas das mais significativas. A insegurança com o futuro, a relação direta com as finanças pessoais e as reflexões que o momento ocasionou são alguns exemplos de como a pandemia impactou a relação de milhões de pessoas com seus empregos.
Para os empregadores, as preocupações também se diversificaram. Mais do que manter as operações funcionando, era necessário planejar tudo para o seu negócio crescer mesmo em meio a um cenário desfavorável. Foi necessária muita adaptação e jogo de cintura para que a crise fosse driblada.
Com tantas mudanças impostas repentinamente, não havia como ser diferente: nos últimos meses, as relações de trabalho foram gradual e profundamente afetadas em diversos setores do mercado.
Em poucas semanas, empresas e profissionais precisaram encontrar saídas para reduzir os impactos do isolamento social, e trabalhar em casa, home-office e freelancer, por causa do medo do contágio e das consequências econômicas da crise sanitária.
A tecnologia se tornou ferramenta fundamental de divulgação e manutenção das atividades: comércios migraram para o ambiente online; escolas e universidades se adaptaram para o ensino àdistância; autônomos apostaram na divulgação digital; e, em todas essas situações, profissionais precisaram se ajustar à comunicação e aos relacionamentos mediados pelas telas.
O resultado? Mudanças intensas na forma como trabalhamos e nos critérios usados para avaliar as empresas em que cogitamos entrar. A edição de 2021 do tradicional estudo Edelman Trust Barometer, feito pela agência de comunicação Edelman, recebe o subtítulo “Mundo em Trauma”, explicando as transformações.
Alterações (e persistências) na rotina de trabalho
Foram diversas as mudanças no universo profissional, mas muitos pontos também persistiram. Com a necessidade de isolamento social e o medo do contágio, muitas empresas e profissionais se adaptaram ao modelo de trabalho remoto, popularizado no Brasil como home office, enquanto outras seguiram com seus colaboradores de forma presencial.
Reuniões presenciais se tornaram videochamadas, conversas no corredor viraram trocas de mensagens por aplicativo e apresentações foram reduzidas a trocas de e-mails. Com isso, o escritório foi adaptado para a casa em salas, quartos e cômodos sem uso definido. Para muitos, essas mudanças borraram a linha que separa a vida pessoal da profissional, levando ao aumento da ansiedade e do estresse.
Por outro lado, inúmeros profissionais não puderam ter sua função adaptada ao ambiente virtual. Fez-se necessária, então, a adoção de diversos protocolos para aumentar a produção aos colaboradores: uso de máscara de proteção, disponibilização de álcool em gel, rodízio de funcionários, reformas para aumentar a ventilação, entre outros.
Em ambos os casos, a relação com o trabalho ganhou novas preocupações. No caso dos profissionais em home office, a falta de convivência com os colegas, a necessidade de adaptação ao trabalho remoto e o excesso de convivência com familiares pesou. Para quem se manteve no presencial, o constante medo do contágio se consolidou como um fantasma, gerando estresse e ansiedade.
Vinculadas às preocupações profissionais, entram outros problemas pessoais e coletivos. Segundo o Edelman Trust Barometer 2021, 69% dos participantes indicam como efeito mais grave da pandemia o agravamento de problemas de saúde mental; 62% consideram o aumento nas diferenças econômicas da população; e 57% lamentam o fim de trabalhos que jamais serão retomados.
Neste contexto, os reflexos na vida profissional: priorização da estabilidade, busca por benefícios que incluam as famílias, valorização e busca de empregos que não prejudiquem a saúde mental, manutenção do modelo remoto ou presencial, conforme os impactos psicológicos de cada um, entre outros.
Outro forte reflexo na forma como trabalhamos foi a adoção em massa de meios de comunicação virtual. Após o período de adaptação, ferramentas como WhatsApp, Slack, Google Meet, Zoom e Teams imperam em empresas grandes e pequenas, bem como nas estratégias profissionais de trabalhadores autônomos.
O que os colaboradores buscam nas empresas
Com tantas mudanças e adaptações na vida profissional, nada mais esperado que os colaboradores também passassem a priorizar novas características em suas empresas e a considerar outros critérios ao buscar um novo emprego. A exigência de um modelo de trabalho 100% home office ou híbrido, a flexibilidade de horários, os benefícios e a transparência são alguns dos novos critérios.
Além disso, todo o contexto pandêmico suscitou reflexões ligadas à vida em sociedade e à empatia, o que apareceu no Edelman Trust Barometer 2021. O estudo indica que 71% dos entrevistados buscam trabalhos com impacto social, propósito, valores compatíveis e oportunidades para atuar em problemas sociais.